De janeiro a setembro de 2024, as divisas geradas com as exportações do agronegócio no Espírito Santo somaram mais de US$ 2,55 bilhões (ou R$ 14,3 bi). Esse valor obtido em apenas nove meses superou todo o valor gerado com o comércio exterior do agro capixaba desde o início da série histórica para os anos completos. Esse resultado representa um crescimento de 77% em relação ao mesmo período de 2023 (US$ 1,4 bilhão).
O crescimento no valor de exportações do Estado foi consideravelmente superior em relação aos dados nacionais, onde o índice do Brasil teve redução de 0,23% no valor comercializado e crescimento de 1,1% em volume. Mais de 2 milhões de toneladas de produtos do agro capixaba foram embarcadas para o exterior, representando um crescimento médio de 8% em volume.
As maiores variações positivas no valor comercializado foram para café cru em grãos (+150,9%), carne bovina (+77,0%), celulose (+39,3%), mamão (+38,9%), café solúvel (+35,4%), álcool etílico (+33,4%), chocolates e preparados com cacau (+26,4%), gengibre (+3,8%) e pimenta-do-reino (+3,0%).
Em relação ao volume comercializado, houve variações positivas para café cru em grãos (+116,1%), carne bovina (+91,2%) álcool etílico (+38,9%), mamão (+40,9%), gengibre (+40,1%), café solúvel (+18,0%) e chocolates e preparados com cacau (+16,2%).
“Continuamos batendo recordes com as exportações do agronegócio. Mantivemos o melhor desempenho da série histórica para o acumulando do ano, e em apenas nove meses superamos em 19% todo valor comercializado em 2023. Os preços internacionais continuam bons para boa parte de nossos produtos, o que levou a um aumento expressivo no valor comercializado pelo Espírito Santo. O café continua com volumes recordes exportados, principalmente o Conilon, que se consolida como o principal produto da nossa pauta de comércio exterior do agro”, comemorou o secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca, Enio Bergoli.
Os três principais produtos da pauta das exportações do agronegócio capixaba — complexo cafeeiro, celulose e pimenta-do-reino — representaram 95% do valor total comercializado de janeiro a setembro de 2024.
No acumulado do ano, nossos produtos foram enviados para 122 países. Os Estados Unidos se destacam como principal parceiro comercial, com 22,1% do valor comercializado. Além disso, a participação relativa do agronegócio nas exportações totais do Espírito Santo de janeiro a setembro foi de 31,8%. “Esses dados mostram como estamos avançando com competitividade no cenário internacional e isso é fruto de muito trabalho e resiliência dos produtores e das agroindústrias do Espírito Santo, que conseguem atingir mercados em todos os continentes com produtos de qualidade e sustentáveis”, pontua Enio Bergoli.
De janeiro a setembro deste ano, dez produtos se destacaram em geração de divisas. O complexo cafeeiro ficou em primeiro lugar com US$ 1,5 bilhão (58,5%), seguido por celulose com US$ 812,6 milhões (31,8%), pimenta-do-reino com US$ 117,8 milhões (4,6%), gengibre com US$ 25,6 milhões (1,0%), carne bovina com US$ 21,5 milhões (0,84%), mamão com US$ 20,7 milhões (0,81%), chocolates e preparados com cacau com US$ 15,2 milhões (0,60%), álcool etílico com US$ 10,8 milhões (0,42%), carne de frango com US$ 5,2 milhões (0,20%) e pescados com US$ 4,8 milhões (0,19%). O conjunto de outros diversos produtos do agronegócio somou US$ 25,2 milhões (1,0%).
Café segue em primeiro lugar
Na pauta de exportação do ano passado, o complexo cafeeiro passou a ocupar o primeiro lugar, impulsionado pelo café conilon que mais que triplicou o volume de sacas exportadas no último ano. Nos primeiros nove primeiros meses deste ano foram exportadas, aproximadamente, 5,9 milhões de sacas de conilon, sendo 5,5 de conilon cru em grãos e 382,4 mil sacas de equivalente de solúvel. Além disso, foram exportadas cerca de 410,8 mil sacas de arábica, que, somadas ao conilon, dá um total de 6,3 milhões de sacas de café capixaba de janeiro a setembro.
“O complexo cafeeiro segue com destaque das exportações do agronegócio, já consolidado como principal arranjo produtivo agrícola em geração de divisas, superando e muito as exportações de celulose. E o café conilon, grande responsável por alavancar esses resultados, teve crescimento de 158% no comércio exterior, saindo de 2,1 milhões de sacas exportadas entre janeiro e setembro do ano passado para 5,5 milhões de sacas no mesmo período deste ano. O conilon passou a fazer parte das negociações na B3, um passo fundamental como ferramenta de gestão de riscos, especialmente em períodos de oscilações de preço, o que proporciona maior proteção para o patrimônio dos nossos cafeicultores e suas famílias. Vale lembrar que o conilon está presente em cerca de 50 mil propriedades rurais capixabas”, complementa Bergoli.
De janeiro a setembro, o Espírito Santo também foi o estado maior exportador brasileiro de gengibre, pimenta-do-reino e mamão, com participação em relação ao total nacional de 64%, 58% e 44%, respectivamente. Além disso, superou o Estado de São Paulo na comercialização do complexo cafeeiro, envolvendo café cru em grãos, solúvel e torrado/moído, conquistando a segunda posição no ranking nacional das exportações totais de café e derivados.
Ressalva acerca dos dados
A Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca do Espírito Santo, por meio da Gerência de Dados e Análises (GDN/Seag), realiza mensalmente um levantamento detalhado das exportações do agronegócio capixaba, a partir dos dados originais do Agrostat/Mapa e do Comexstat/MDIC.
Em análise dos dados nas bases oficiais, notou-se uma inconsistência nos dados de exportações do agronegócio do Espírito Santo referentes aos meses de fevereiro e março de 2024, especificamente relacionada ao produto “Açúcar de cana”, com código NCM 17011400.
De acordo com os registros disponíveis, constatamos que houve uma notável disparidade entre os valores e volumes de exportação do referido produto nos mencionados meses em comparação com dados históricos e informações fornecidas pelas indústrias sucroalcooleiras do Estado. Os valores registrados, sendo US$ 10,2 milhões em fevereiro e US$ 11,1 milhões em março, juntamente com os volumes de 19,8 toneladas e 21,6 toneladas, respectivamente, destoam significativamente das médias históricas de exportação do produto pelo Estado, principalmente considerando que esses dados são referentes apenas ao primeiro trimestre de 2024.
Após consultas realizadas junto às indústrias sucroalcooleiras e ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), levantou-se a suspeita de que tais números possam ter sido inflados devido a possíveis erros no lançamento de notas fiscais ou ações de empresas de trading que atuam no Espírito Santo. Portanto, os dados de açúcar fora da curva foram desconsiderados nas nossas análises. A Seag está em contato com as entidades responsáveis para sanar a inconsistência.