O governador Renato Casagrande anunciou nesta segunda-feira (18) o contrato para instalação da maior usina solar em potência instalada do Espírito Santo, que será sediada em Linhares. O contrato foi firmado entre a concessionária de energia EDP e a empresa Brametal, para a qual será construída a usina. Participaram da cerimônia o subsecretário de Desenvolvimento, Paulo Menegueli e o secretário de Desenvolvimento de Linhares, Luiz Fernando Lorenzoni.
Pela concessionária, prestigiaram o evento o presidente da EDP Brasil, Miguel Setas; o vice-presidente de Novos Negócios, Carlos Andrade; o diretor da EDP Grid, braço voltado para a energia solar, Fernando Saliba; o diretor da EDP no Espírito Santo, João Brito e o vice-presidente de redes, Michel Itkes. Representando a Brametal estiveram na solenidade o presidente da empresa, Rui Luiz Scott; o diretor comercial e de Marketing, Alexandre Schmidt e o presidente do Conselho de Administração, Ricardo Brandão.
Para o governador, a instalação da usina é um fato a ser comemorado. “É uma alegria participar deste momento. Inclusive, eu tenho o desejo de fazer um projeto semelhante na Residência Oficial, para que ela se transforme em uma unidade demonstrativa de propaganda de energia renovável, com agenda de visitas e uma utilidade social maior”, revela.
O subsecretário de Desenvolvimento, Paulo Menegueli, ressaltou a importância do empreendimento. “A usina solar apresenta benefícios importantes para as empresas que adotam tal técnica. Elas têm grande potencial de crescimento devido às suas características de economia e previsibilidade dos gastos e menor impacto ambiental”, explicou.
Já o secretário de Desenvolvimento de Linhares, Luiz Fernando Lorenzoni, explicou que esse projeto se junta a outros dois que vão utilizar energia solar no município. “É muito importante para Linhares receber projetos como esse, cujo potencial é muito relevante para a economia e para o meio ambiente”, disse.
O presidente nacional da EDP, Miguel Setas, comemorou a assinatura do contrato. “Este é um projeto simbólico, pela oportunidade que representa com essa nova fonte de energia. A usina ajudará a reforçar a estrutura energética do Espírito Santo e é uma área que vai se desenvolver muito rapidamente nos próximos anos”, argumentou.
Ricardo Brandão, que preside o Conselho de Administração da Brametal, também comemorou o empreendimento. “É um projeto significativo, não somente para a EDP e para a Brametal, mas também para todo o Espírito Santo e para o setor energético brasileiro, pois esse tipo de energia vai crescer muito. Pode ser uma referência para outras empresas que queiram adotar iniciativas semelhantes no Estado”, explicou.
O parque solar será instalado em Linhares, próximo à fábrica da Brametal. Por meio de painéis fotovoltaicos, haverá a conversão da energia do sol em energia elétrica. A planta vai gerar 2.409 MWh por ano e evitará a emissão de mais 185 toneladas de dióxido de carbono, o equivalente ao plantio de 1.378 árvores. Para tanto, contará com 3.700 módulos fotovoltaicos em uma área de cerca de 30 mil metros quadrados. A conclusão da obra está prevista para o segundo semestre deste ano.
A Brametal, que será beneficiada com a construção da usina solar, é a maior fábrica das Américas para a produção de estruturas metálicas galvanizadas a fogo para geração e transmissão de energia elétrica, telecomunicações e geração de energia elétrica a partir de fontes renováveis, em particular das fontes eólica e fotovoltaica.
Os benefícios do empreendimento são tanto econômicos (redução da conta e previsibilidade nos gastos), quanto ambientais (redução das emissões e do efeito estufa e baixo impacto ambiental). A economia gerada para a empresa será de R$ 360 mil ao ano. A unidade em Linhares terá capacidade de produzir energia limpa para mais de 803 residências por mês, com consumo médio de 250 kWh/mês ou 3 mil kWh/ano.
A utilização de energia solar tende a ser cada vez mais usual no Brasil. Se hoje ainda são poucas as iniciativas de instalar usinas de energia solar para uso comercial, esse modelo deve crescer na esteira da escassez de chuvas e do aumento de usinas termoelétricas, que são mais caras e apresentam maior impacto ambiental.
Embora represente apenas 0,75% do mercado de energia brasileiro, ante 64,4% das usinas hidrelétricas, as maiores fontes de energia do País, este é um segmento que deve crescer consideravelmente nos próximos anos. Afinal, o Brasil é o país com maior taxa de irradiação solar do mundo, uma vez que recebe uma insolação (número de horas de brilho de sol) superior a três mil horas por ano.
Características técnicas da usina solar da Brametal
- 3.720 módulos de 360Wp (potência 1.339 kWp)
- 11 inversores de 100 kW
- Geração de energia mensal: 200,75 kWh (média)
- Geração de energia anual: 2.409 MW
- Fator de capacidade: 20,53%
Entenda o mercado de energia solar
No início de 2018, o Brasil atingiu a marca de 1 gigawatt (GW) de potência instalada em usinas fotovoltaicas conectadas à matriz elétrica nacional. Segundo a Associação Brasileira de Energia Fotovoltaica (Absolar), essa potência é suficiente para abastecer 500 mil residências no Brasil. Apenas 30 países do mundo conseguiram ultrapassar essa quantia.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) realizou leilões em 2014 e 2015, que irão gerar energia sustentável até 2021, o que fará com que a energia solar acrescente ao sistema 1.012 MW, aumentando ainda mais a capacidade atingida pelo Brasil no início de 2018.
O clima no Brasil é propício para a energia solar. De acordo com a segunda edição do Atlas Brasileiro de Energia Solar, no local menos ensolarado do Brasil, é possível gerar mais eletricidade solar do que o local mais ensolarado da Alemanha, por exemplo. O Nordeste é a região que apresenta maior potência solar diária, seguida pela região Sudeste, Centro-Oeste, Sul e Norte, respectivamente.
Foto: Hélio Filho/Secom