A Academia Militar de Ciências Médicas da China anunciou nesta terça-feira (17) que desenvolveu “com êxito” uma vacina contra o novo coronavírus (Covid-19). O Ministério da Defesa do país informou, em nota, que já autorizou o teste em humanos do novo imunizante.
A vacina foi desenvolvida pela equipe da epidemiologista Chen Wei, de acordo com padrões internacionais e regulações locais chinesas. À emissora estatal CCTV, ela afirmou que esta é a “arma científica mais poderosa” para combater o coronavírus, e que ser o primeiro país a desenvolver a vacina demonstraria o “progresso” da ciência chinesa.
As autoridades buscam agora recrutar 108 pessoas saudáveis para aplicar o novo medicamento, que está sendo produzido em grande escala. Várias instituições chinesas já anunciaram que vão colaborar na fase inicial dos ensaios clínicos que devem começar ainda nesta semana. Desde o fim do ano passado, 3,2 mil pessoas morreram em decorrência do coronavírus na China, onde a doença deixou outros 80,8 mil infectados.
O Ministério da Educação chinês também informou que há outra vacina, baseada em vetores virais da gripe que se encontra atualmente em fase experimental em animais, e que terá testes clínicos a partir do mês que vem, com a participação das universidades de Pequim, Tsinghua e Xiamen. Outra imunizante desenvolvido a partir de proteínas virais também deve ser testado em abril, segundo o subdiretor da Comissão Municipal de Saúde de Xangai, Yi Chengdon.
Estados Unidos
Autoridades de saúde dos Estados Unidos disseram nesta segunda-feira (16) que iniciaram testes de uma nova vacina contra o coronavírus em voluntários de Seattle, um dos estados mais afetados pela pandemia. Segundo o Instituto Nacional de Saúde dos EUA (NIH), o estudo vai acompanhar 45 voluntários adultos saudáveis, com idades entre 18 e 55 anos, e deve durar ao menos seis semanas.
Segundo a agência France Presse, todo o processo de criação da vacina deve durar entre 1 ano a 18 meses. “Há grandes chances de que eu esteja envolvida na descoberta da vacina, mas ainda que não seja dessa vez, pelo menos estou contribuindo”, afirmou a voluntária Jennifer Haller, a primeira pessoa a receber o teste da nova vacina.
Testes no Brasil
Uma equipe do Laboratório de Estudos de Vírus Emergentes (Leve) do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), começou nesta terça-feira (17) o processo de elaboração de um teste para a detecção do Covid-19. A partir da amostra do coronavírus do primeiro paciente infectado no Brasil, os pesquisadores iniciaram os procedimentos que visam dar agilidade ao diagnóstico local e, assim, contribuir para o controle da doença. O novo dispositivo também vai servir como alternativa aos testes desenvolvidos pelos principais laboratórios do país, como Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro.
“Se tudo funcionar bem, até quarta no fim do dia pode ser que a gente tenha a primeira reação de detecção de coronavírus funcionando em Campinas. Nesse momento, o trabalho que estamos fazendo é uma assessoria para implementar a detecção do vírus localmente, aqui dentro da Unicamp, como uma alternativa de suporte aos laboratórios de referência”, explica o coordenador do Leve, José Luiz Proença Módena.