Prainha vai ganhar um píer para os pecadores em Vila Velha

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A poucos dias das comemorações dos 486 anos de Vila Velha, a Prefeitura anuncia um projeto de construção de um Píer que vai valorizar uma das principais atividades do canela-verde: a pesca. E será exatamente no mesmo lugar onde tudo começou: a Prainha.

Passado quase meio século desde que o português Vasco Fernandes Coutinho desembarcou na Prainha, com 60 homens, para colonizar o Espírito Santo, o bairro que guarda a origem do nosso Estado vai receber, pela primeira vez, um píer para atender as pequenas embarcações de pescadores artesanais que compõem a Colônia de Pescadores Z2 de Vila Velha.

Essa decisão se deu após reunião realizada com o vice-presidente da Colônia, Evan Haley Novaes dos Santos; com o coordenador de Pesca da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Gabriel Nunes, e o subsecretário de Estado da Agricultura e Pesca (SEAG), Rodrigo Vaccari e equipe. 

Embora essa demanda dos pescadores seja antiga, ela ganhou força com a notícia da implantação do Terminal Aquaviário, o que tornou imprescindível a construção do Píer na Prainha, na avaliação de Gabriel Nunes: “A reunião foi bem produtiva e o encaminhamento foi que a equipe da SEAG fará um levantamento para apresentar um projeto básico do píer dentro de 30 dias. O píer vai permitir a permanência dos pescadores na atividade e um ordenamento das embarcações”, afirma.

O presidente da Colônia, Nivaldo Deré, endossa a importância dessa construção: “A colônia comemora um centenário de existência. Conserva suas culturas tradicionais na pesca artesanal, mas nunca foi contemplada com um píer adequado para o atracamento de suas pequenas embarcações. Ali existem mais de 200 barcos que fazem a pesca artesanal. É de suma importância um píer de apoio e atracação dos pequenos barcos”, reforça.

Benefícios do píer

A pesca artesanal é uma atividade de origem familiar, em que o pescador sai de madrugada em seu barquinho para o mar e retorna à costa no fim da tarde. Eles pesam seus peixes na balança e vendem à beira do mar. Muitos pescadores precisam entrar na água, se molhar e subir em um bote, para só então chegar ao seu barquinho. Com a construção do píer, isso não vai mais acontecer. Ele irá do píer direto para a embarcação.

As 200 embarcações espalhadas serão melhor organizadas com a chegada do píer.  Os profissionais da pesca poderão subir ao mar com mais segurança, já que haverá a organização dos barcos. E, ao chegarem com a embarcação carregada, poderão fazer o escoamento do pescado com mais comodidade. E não é só a comunidade pesqueira que sai ganhando com o píer, mas tudo que está no entorno do Parque da Prainha. 

“O comércio local vai ficar mais atrativo; o turismo vai aumentar, assim como o volume de vendas do pescado. Esse é um pedido antigo nosso ao poder público e que reiteramos a essa nova gestão municipal”, aponta o vice-presidente da Colônia de Pesca, Evan Haley Novaes dos Santos. Haley explica que o anúncio do Governo do Estado sobre a retomada do Terminal Aquaviário trouxe uma preocupação com o futuro da comunidade pesqueira da Prainha, onde haverá um dos quatro pontos de embarque para o transporte coletivo: “Nosso desejo é que haja uma harmonia entre o desenvolvimento da cidade, mas sem perder as características tradicionais da comunidade pesqueira, que é o Parque da Prainha. Acreditamos que o píer vai proporcionar a manutenção das atividades da pesca artesanal no local e ordenar o nosso trabalho”. 

A PMVV, em parceria com a Seag está estruturando um programa para atender as demandas das sete comunidades pesqueiras da cidade, que vão desde a Ponta da Fruta até a Prainha. Além do píer, está em andamento o projeto de qualificação desses profissionais.

Saiba mais

Píer é uma construção, um tipo de aterro, que avança para o mar para facilitar o embarque e desembarque de cargas e passageiros. A Prainha é um local de encontro de moradores e pescadores. Ali se desperta a imaginação, levando a uma viagem no tempo, a partir dos monumentos históricos que o local abriga. A Prainha é mais que um bairro. É um símbolo da nossa história, que consegue sincronizar, no mesmo espaço, atividades culturais, religiosas, políticas, artesanais e pesqueiras. Essa última vai celebrar o projeto do píer como um presente de aniversário, no nascedouro do município de Vila Velha e do Estado do Espírito.

Curiosidade

Porque será que quem nasce em Vila Velha é chamado de canela-verde? Segundo os historiadores, os primeiros portugueses que aqui chegaram, tiveram seus meiões brancos manchados pelas algas que se encontravam à beira do mar. Daí veio a origem de chamar todos que nascem no município de “Os canelas-verdes”.

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