As obras de restauração do Santuário Nacional de São José de Anchieta, em Anchieta, um dos monumentos religiosos e culturais mais antigos do país, estão na reta final e desde o início, há três anos, foram empregados 280 trabalhadores, contratados por meio da agência do Sine de Anchieta. A data prevista para inauguração das novas melhorias será às 10h do dia 18 de novembro, conforme informações do Instituto Modus Vivendi, que gerencia as obras.
Segundo a gestora cultural e presidente do Instituto Modus Vivendi, Erika Kunkel a Prefeitura de Anchieta deu total apoio às obras, com suporte ao Sine e agora, recentemente, com os serviços de iluminação do paisagismo do local. “Tivemos um apoio institucional muito grande da prefeitura”, disse.
Conforme Erika, com a restauração o local ganhou diversas melhorias, entre elas uma cafeteria, uma loja, criação do primeiro centro interpretativo do Brasil, restauração da igreja e da residência dos jesuítas, centro de documental, climatização do espaço, acessibilidade, entre outros. Foram investidos R$ 10,5 milhões, financiados com dinheiro da Vale e BNDES, via lei de incentivo fiscal federal.
Uma das apostas da restauração, de acordo com Erika, foi a criação do primeiro centro interpretativo do Brasil. O espaço é como se fosse um museu, mas com experiência diferente para o visitante. “É um formato muito comum na Europa. É como se fosse um museu, mas que pelos elementos interativos você se insere na história e vive como se estivesse lá”, explica.
Erika destaca, por exemplo, um boneco de silicone de São José de Anchieta que está no local. A escultura recebe uma holografia que a deixa com rosto perfeito, expressão e até movimento. “Isso compõe as diversas descobertas que tivemos. Desde pinturas originais até relíquias que estavam escondidas no local”, pontua.
Uma série de obras para oferecer maior acessibilidade às pessoas com dificuldade de locomoção, como rampas, banheiros adaptados conforme normas técnicas, sinalização em braile e plataformas elevatórias para que os visitantes tenham acesso à Cela de São José de Anchieta e às salas do museu.
“Restauramos a igreja, a residência, montamos o centro interpretativo… E construímos o café e a loja, que serão cuidados pelos próprios jesuítas, que ajudaram muito na documentação de tudo. Aliás, todos os documentos foram digitalizados e estão em uma sala no segundo andar, que é o centro documental. Isso também é novidade, já que, lá, esses documentos ficarão à disposição da sociedade e dos turistas que tiverem interesse”, fala.
Outra grande mudança foi a climatização completa do local, que recebeu aparelhagem de ar condicionado super moderna. Erika se inspirou em instalações refrigeradas que viu em uma viagem à Europa e trouxe a tecnologia para o Espírito Santo. Os aparelhos foram colocados abaixo do solo do templo religioso. Dessa forma, as saídas de ar ficam por baixo e são imperceptíveis. “Nessa etapa das reformas nós peneiramos toda a terra que tiramos, filtramos as ossadas que estavam enterradas no local, colocamos em urnas e enterramos abaixo do altar”, confidencia.
O Santuário Nacional de São José de Anchieta, construído no século XVI, formado pela Igreja de Nossa Senhora da Assunção, um dos símbolos da presença jesuíta no Brasil, tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde 1943, e por áreas da antiga residência jesuíta e pelo museu.
Foto: Dirceu Cetto